“Outro dia ao usar o elevador do prédio , eu, meu filhão e minha bebê, encontramos alguns vizinhos.
Durante o trajeto, os vizinhos foram brincando com a bebê, perguntando nome , idade… Quando saímos do elevador, meu filho diz:” mãe, já percebeu que parece que eu estou invisível? Ninguém mais me nota, só olham para a minha irmãzinha. Os vizinhos nem me deram bom dia! “ .
Tomei um susto quando ouvi, e na hora me veio a resposta (normalmente isso não acontece, mas nesse dia fluiu): “eu te entendo filho, você já percebeu que ninguém pergunta como eu estou ? Se eu consigo dormir bem, se estou sentido alguma dor, nada. Só querem saber da bebê.”
Ele me deu um abraço e disse:” é mãe o jeito é a gente se ajudar.” “Mas filho, eu não fico triste. Quando você era bebê acontecia a mesma coisa, todo mundo só queria saber de você e eu e o papai ficamos invisíveis mas felizes porque todos queriam conhecer o mais novo membro de nossa família.
Você vai ver, já já essa novidade passa e tudo volta ao normal.
Passando alguns dias, a cena no elevador se repetiu.
Como que por proteção olhei imediatamente para ver como meu filho estava reagindo aquela bajulação dos vizinhos com a irmã. Ele estava sorrindo e quando viu que eu estava olhando para ele, segurou minha mão e me deu uma piscadinha com um dos olhos. Tive vontade de parar tudo e esmagá-lo de beijos.
Quando saímos do elevador perguntei para ele :”filho , está tudo bem?“
A resposta dele me surpreendeu:”não se preocupe mamãe, eu já entendi que a neném é novidade , um dia eu passei por isso, agora é a vez dela.“
Simples assim , resolvido e superado. Ao menos por hoje.
Como ele me ensina.
Ele pode até estar invisível para alguns, mas para mim ele brilha.”
Texto: Lúci Lima @luciglima (mamãe do Luca)