Para as famílias que estão passando pelo processo de retirada de fraldas, vale a leitura…
O Processo de Retirada de Fraldas é um momento de grande importância na vida de uma criança: a fase da retirada de fraldas. Para os adultos, fase de ansiedade, preocupações, medo e expectativa. Para a criança, momento de auto – afirmação, descoberta, necessidade de compreensão e carinho. E justamente por se tratar de uma etapa tão especial, merece ser entendida e acompanhada bem de pertinho. A fase ideal para se efetivar a retirada de fraldas varia de criança para criança, mas em média deve ocorrer em torno de 2 anos. Nesta fase, o pequeno já apresenta um desenvolvimento físico e emocional que o permite realizar seu controle esfincteriano
(relativo às fezes ) e da micção (relativo à urina), fatores necessários para que possa ocorrer a tão esperada retirada das fraldas. Mas é justamente este termo “tão esperado” que precisamos agora nos atentar. Nesta fase do desenvolvimento, a criança percebe que aquilo que ela produz – neste caso, seu xixi e seu cocô – é algo de grande valor. Afinal, por mais absurdo que possa parecer em nossa lógica de adultos bem crescidinhos, estas são suas primeiras “grandes” produções! Na lógica e no psiquismo infantil é exatamente assim que as coisas funcionam: o xixi e o cocô são elementos que têm grande destaque, pois são os primeiros através dos quais a criança percebe que é capaz de produzir algo. Este algo “vem dela mesma”, e por esta razão, costuma ser altamente valorizado por ela. Nesta fase podemos presenciar, por exemplo, algumas cenas tais como ver a criança “dando tchau” para seu cocô, como se o mesmo tivesse vida ou depois de já ter se urinado, falar para os pais “Quero fazer xixi!” Por tratar-se de uma fase tão complexa e importante para toda criança, grandes ansiedades e expectativas vindas de pais e educadores, pouco ajudarão. A retirada de fraldas exige muita paciência por parte do adulto, que precisa dar à criança um espaço próprio para assimilar este novo hábito. É muito importante que ele possa acompanhar esta etapa bem de perto, dando muito carinho, atenção e afeto ao pequeno. Vale lembrar que não existe uma duração de tempo pré – determinada para que o processo de retirada de fraldas se complete. Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que deve ser totalmente respeitado. Afinal, já diz o velho ditado que “apressado come cru!”, e em termos de crescimento, não podemos pensar de maneira diferente. Outra coisa importante é que, em geral, a criança costuma começar a controlar primeiramente o momento da micção para só depois controlar o momento da evacuação. Aliás, é muito comum para algumas crianças, ainda requisitarem aos pais que coloquem nela a fralda na hora de evacuar, mesmo depois de já não estar usando-a costumeiramente ou até mesmo não evacuar na escola ou na casa de parentes e amigos. Isto acontece pois, para que este último processo aconteça, é ainda mais necessário que a criança se sinta segura e totalmente à vontade no local e no momento em que o realiza. Vale lembrar que isto também acontece com muitos adultos, que relatam não conseguir evacuar em outros locais que não suas próprias casas e que enfrentam até mesmo constipações em viagens e outras situações afins. Em geral, com o tempo e com a segurança gradual desenvolvida, a criança passará naturalmente a também evacuar no penico ou vaso sanitário. A última etapa a ser cumprida é a retirada da fralda noturna. Só depois que a criança estiver bem adaptada ao novo hábito, durante o dia, é que o trabalho do desfraldar noturno deve começar. No início, será necessário que os pais acordem a criança à noite, para que ela vá ao banheiro, hábito este que gradualmente será deixado de lado, de acordo com o seu ritmo de desenvolvimento e aprendizado. Apesar de raro, em alguns casos, percebemos que enquanto a retirada diurna está ocorrendo, a fraldinha da criança já amanhece seca. Neste caso, podemos iniciar concomitantemente a retirada de fraldas noturna. O mais importante em toda esta fase é acreditar no potencial da criança, ter paciência e compreensão, pois afinal, todos nós – pais educadores – também já fomos crianças e provavelmente, também demos um certo trabalho para nossos pais, não é?